Ponto Turístico

Ilha do Bananal

Geografia e Localização

A Ilha do Bananal, a maior ilha genuinamente fluvial do mundo, possui cerca de 20.000 km² (1.916.225 hectares). Está situada no estado brasileiro do Tocantins, sendo delimitada pelos rios Araguaia e Javaés. A ilha é subdividida entre os municípios de Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium. Além disso, Bananal marca a divisa entre Tocantins e os estados de Mato Grosso (rio Araguaia) e Goiás (porção sul do rio Javaés). A tríplice divisa entre Tocantins, Mato Grosso e Pará está localizada na foz do rio Javaés, no extremo norte da ilha. Geograficamente, a ilha se encontra entre as latitudes 9°44’S e 12°49’S e as longitudes 49°52’O e 50°44’O.

Reservas e Populações Indígenas

Desde 1959, a Ilha do Bananal é uma reserva ambiental brasileira e, desde 1993, é reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO e como uma zona úmida de importância internacional pela Convenção de Ramsar. A ilha é ocupada por diversas reservas:

  • Terra Indígena Parque do Araguaia: Cobre toda a porção sul e grande parte da porção oeste até a latitude da cidade de Santa Terezinha (MT).
  • Parque Nacional do Araguaia: Abrange as porções norte e nordeste da ilha.
  • Terra Indígena Inãwébohona: Sobrepõe-se ao Parque Nacional do Araguaia, localizada na porção nordeste da ilha.
  • Terra Indígena Utaria Wyhyna/Iròdu Iràna: Também sobrepõe-se ao Parque Nacional do Araguaia e está situada na porção norte da ilha.

Toda a Ilha do Bananal é considerada terra da União, formando o maior complexo de reservas do Tocantins. Entre os povos indígenas presentes estão os Carajás, Javaés, Tapirapés, Tuxás e Avá-Canoeiros, conhecidos localmente como Cara-Preta. Há aproximadamente quinze aldeias indígenas na ilha, sendo a maior a Aldeia Santa Isabel do Morro, próxima à cidade de São Félix do Araguaia, Mato Grosso.

Acesso e Infraestrutura

O acesso à Ilha do Bananal se dá por meio da rodovia BR-242 (Transbananal), da Transaraguaia (extensão não oficial da TO-255), e de uma estrada sem nome que liga a Aldeia Santa Isabel do Morro ao extremo sul da ilha, margeando os rios Araguaia e Caracol.

História

Descoberta em 26 de julho de 1773 pelo sertanista José Pinto Fonseca, a ilha foi inicialmente chamada de “ilha Sant’Ana”. Posteriormente, passou a ser conhecida como Bananal, devido à abundância de bananais.

Clima e Hidrografia

O clima é tropical quente semiúmido, com temperaturas variando entre máximas de 38°C (agosto a setembro) e mínimas de 22°C (julho). A ilha possui duas estações bem definidas: o inverno (novembro a abril), caracterizado por chuvas intensas, e o verão (maio a outubro), marcado pela seca. A umidade relativa do ar oscila entre 60% (julho) e 80% (período chuvoso). Durante os meses de janeiro a março, parte da ilha fica inundada devido à cheia do rio Araguaia, com chuvas que correspondem a cerca de 50% do total anual.

A ilha é banhada pelos rios Araguaia, Javaés, Jaburu, Riozinho, Urubu, Randi-Toró, Barreiro, Vinte e Três e Mururé.

Fauna e Flora

A Ilha do Bananal é um dos santuários ecológicos mais importantes do Brasil, situando-se na transição entre a Floresta Amazônica e o cerrado, o que resulta em uma fauna e flora diversificadas. Entre os animais, destacam-se a onça-pintada, o boto, o uirapuru, a garça-azul e a tartaruga-da-amazônia. A flora inclui várias espécies de orquídeas terrestres e árvores como maçaranduba, piaçava e canjerana. A vegetação predominante é composta por campos (varjões), cerrado, mata seca de transição, matas ciliares de igapó, vegetação de encostas secas e bancos de areia.

Populações Indígenas e Cultura

A Ilha do Bananal é habitada por grupos indígenas desde antes da descoberta do Brasil. Atualmente, as etnias Karajá-Javaé, Avá-Canoeiro e Tapirapé predominam nas aldeias da ilha, ocupando as Terras Indígenas Parque do Araguaia e Inãwébohona. Na “Mata do Mamão”, localizada no centro-norte da ilha, vive um grupo de Avá-Canoeiros que permanece isolado da sociedade, rejeitando qualquer tipo de contato, inclusive com outros indígenas das aldeias próximas. Este é o único grupo de indígenas no Tocantins que ainda se mantém totalmente isolado da sociedade brasileira.

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